Na contra-mão da escada rolante
vejo, desesperado, você distante.Doravante, sem avanço que importe,
que vença o vazio sólido que não morre,
caio aos pé desta escada incansável.
Insaciável, destroçando a carne frágil.
Devorando o passo inchado que corre,
percorre, escorre gota-a-gota, invisível
no solúvel tempo dos dias da vida.
no solúvel tempo dos dias da vida.
Rolando esta escada que rola,
enrola e devora e me assola à sola,
à rótula. Igual cela que assombra,
penso que não passo de sombra.
Movimentos sem nexo algum,
enrola e devora e me assola à sola,
à rótula. Igual cela que assombra,
penso que não passo de sombra.
Movimentos sem nexo algum,
desconexo do senso comum.
Um atrapalho ainda por cima!
Sombra condenada a ser contra.
Onde se viu cair escada acima?
Um atrapalho ainda por cima!
Sombra condenada a ser contra.
Onde se viu cair escada acima?
Você não desceu.
Não olhou para trás.
Tampouco subi,
mas olhei para atrás,
à frente, à nuca,
ao chão, ao abismo.
Rolei eu mesmo,
varri um mundo
de desejos mudos.
Não olhou para trás.
Tampouco subi,
mas olhei para atrás,
à frente, à nuca,
ao chão, ao abismo.
Rolei eu mesmo,
varri um mundo
de desejos mudos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário