O importante é jamais desistir de ser você mesmo.

domingo, 31 de maio de 2015

Perpétua



Espelho, espelho meu,
nos diga quem sou eu!
Fechado atrás do portão,
ouvido colado no escuro
esperando a vida chegar.
Me diga quem sou hoje,
quem devo ser amanhã,
que janelas vou cerrar
para não perecer.


Percorro estradas de festim.
Ligo os aparelhos, respiro.
Não há festa se não há luz.
O fogo já não enche os olhos,
o prato não nasce em árvore,
não cresce em manjedouras.
A vida sobrevive como pode,
e o vermelho já não é sangue.
Um dia mais, um pouco menos,
com números imaginários
tornando-nos quase reais.


O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre a mesa.
Janela que não é janela, 
mar que não é mar,
nem mesmo somos mesa.
Mas o amor é grande e cabe
no colchão de não se amar.
E o beijo é gigante, infinito
na eterna esperança de beijar.


E, por fim, não haverá fim.
O permanente stand by
esperando eternamente
por ninguém menos que
ninguém! Feliz para todo
o sempre que sempre quis,
inventou e pelo qual morreu.

2 comentários:

  1. Roberto, publiquei este poema na comunidade espanhola "MAR DE LETRAS", onde sou um dos moderadores. Se puderes, entra lá também. Abraços!

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    1. Não sei quantas vezes terei de agradecer-te pelo apoio que acho nem ser merecedor, mas deixo aqui mais um obrigado. E pode deixar que entrarei na comunidade também. Um abraço.

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