Vi seus profundos desejos
olhando no fundo sem tom
desses olhares sem fundos.
Ouvi a palavra sem som
ressoar nos cabelos sem ar.
Falta luz e bom senso,
mas não carece filtro solar.
Algum corpo ficou lá fora,
em algum lugar perdido
quando fechamos a porta.
Ficamos fora de contexto
no texto que deixou escapar
sobre algum mar sem amar.
Estamos afogados no navegar
destas caravelas para encobrir
o que não se pode encontrar
no profundo oceano da vida!
Quem adotará meu corpo frio?
Quem herdará o verso virtual
da voz que jamais existiu?
Depois de partir,
repartido e compartilhado nas cinzas
da defragmentação de discos voadores,
me pergunto quem beijará a minha boca
tatuada, sem cores, na tela do celular.
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